terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sou(L)


Nada mais belo que a alma: contradição sólida do que sou. Amo admirar os silêncios por ela produzidos: tão desconcertantes.
Assim como os olhos, que dizem tudo sem sequer serem bocas, a alma comunica por sentimentos. E eu sou toda eles. Me pergunto até quando a cegueira para os afetos existirá. Até onde iremos sem transbordar o que somos. Eu não quero coisas: quero sentimento. Amor. Tristeza. Entusiasmo. Dúvida. Espontaneidade. Todos: desaguem sobre mim, eu suplico! Penetrem em minha tão pobre alma de gente! Peço que façam-me constante na arte de surpreender. E digo de antemão: espera para viver não quero mais ter, pois minh'alma foi feita sem previsibilidade. Nasci como quem morre: sem entender a ordem. Logo, não sei respirar separada do que sinto. Inspiro silêncio, expiro palavras.
Venham, sentimentos! E encontrem-me em meu mais novo (porém, eterno) estado: acreditada.