terça-feira, 15 de março de 2011

Chuva que vem

Às vezes eu quero só correr, correr, correr, correr e correr.
Pra beeem longe. Ou pra beeem perto. Pra me conhecer, pra me despreender, pra florescer.
Mas, de repente, vejo que não preciso me mover, pois sobre o jardim a chuva desce, sem flor nenhuma implorar.
A chuva vem e rega a terra. Muda as paisagens, inunda os vales, 
amolece o solo.
A chuva vem,
sem antes pedirmos por ela, ou mesmo
quando estamos aproveitando o sol.
Vem a chuva,
pra mostrar-nos que estamos aquém
de um céu que sabe a hora de descer e dar-se a conhecer.
O meu coração precisa de chuva, não precisa mais correr.
A minha alma precisa arraigar-se ao solo, que, embora encharcado é completamente vivo.
Chuva,
Chuva,
Chove vida.
Momentos são chuva sólida. São gotas que cristalizam no instante.
E eu amo os instantes. 
Sorriso é chuva que cumpre o seu propósito: faz brotar.
Olhares são chuvas finas e densas, mas, sobretudo, transparentes..
Vida,
Vida,
Chuva chove.
E eu aqui,
tentando pensar que chuva é a Vida.
Pensei.
É chuva que cai.
Que não se pode controlar.
É chuva que faz molhar e nem sempre abre o caminho pra andar.
É chuva forte,
mas tão mansa.
Vida,
chuva que pinga por dentro,
molha os intentos,
e faz crescer os pequenos.
E, eu amo a chuva,
pois sempre que chuvisca
eu posso correr
correr
correr
e
correr..
pra qualquer lugar dentro de mim.

2 comentários:

  1. Muito Bom ... Valeu a Demora .. hahaha ... Mas ve se não abandona o Blog de novo ...

    ResponderExcluir
  2. Nós os teus leitores, gostaríamos de ter novos textos...

    ResponderExcluir